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domingo, 6 de novembro de 2011

Considerações sobre a questão proposta para análise

Texto sugerido para análise da questão proposta: “Comunidades virtuais: construindo o conhecimento através da interação”, de autoria de Rute Vera Maria Favero e Liane Margarida Rockenbach ambas da UFRGS.

Endereço do artigo: http://cead.ufsm.br/moodle/mod/resource/view.php?id=126174


Em relação a questão de quais estratégias devem ser adotadas para se conseguir uma melhor interação e colaboração entre os participantes, pode-se colocar que diversas são as ferramentas síncronas e assíncronas que podem promover uma boa interação, e em relação a questão de potencializar a construção do conhecimento é possível a geração do conhecimento em comunidades virtuais, pois quando há ima interação dialógica com seus colegas ou com seus professores ou tutores existe sim a aquisição mútua de conhecimento.
As tecnologias digitais de comunicação e informação estão possibilitando muitas mudanças. As redes não só de máquinas e de informação, mas principalmente de pessoas e de comunidades estão permitindo configurar novos espaços de interação e de aprendizagem. Qualquer usuário de qualquer ponto pode não só trocar informações, mas reconstruir significados, rearticular ideias tanto individualmente quanto coletivamente; e, assim, partilhar novos sentidos com todos os usuários da rede.
Não há mais emissores e receptores como dois grupos distintos com mensagens estáticas, e sim, um grande grupo emissor-receptor que pode constantemente reconstruir conhecimentos. A despeito do espaço e do tempo, pessoas podem colaborar, reforçar laços de afinidade e se constituírem como comunidades. Ambientes virtuais de aprendizagem é uma expressão muito utilizada contemporaneamente por educadores, comunicadores, técnicos em informática e tantos outros sujeitos e grupo/sujeitos interessados pela interface educação e comunicação com mediação tecnológica, mas especificamente pelas relações sócio-técnicas entre humanos e redes telemáticas de informação e comunicação.
Em relação ao ambiente virtual de aprendizagem, pode- se falar no Moodle que oferece aos professores a possibilidade de criar e conduzir cursos a distância, por meio de atividades (exigem ação do aluno, como responder, discutir, entre outras) ou recursos (materiais para consulta e estudo) organizadas a partir de um plano de ensino.

Atividades do Moodle e as suas possibilidades:

- Fórum
O Fórum é uma ferramenta de comunicação assíncrona muito versátil . É um espaço onde todos podem ver o que todos fazem, ainda que não ao mesmo tempo.
Pode servir para:
• Discussão de temas relativos ao conteúdo, com mediação.
• Mini-Blog, onde cada aluno tem um tópico para criar sua página pessoal.
• Wiki, para construção de texto de modo colaborativo.
• Mural , onde os alunos expõem seus trabalhos.
• Espaço de reflexão coletiva ou discussão de texto.
• Estudos de caso.
• Construção de trabalhos ou projetos, etc.
Os Fóruns podem ser estruturados de diversas formas (discussão geral com diversos temas/tópicos, uma única discussão, cada aluno abre apenas um tópico, perguntas e respostas). No Fórum geral, deve-se ficar atento para evitar a repetição de temas/tópicos. As mensagens podem também incluir anexos. Os Fóruns permitem a avaliação quantitativa ou qualitativa de cada mensagem. Podem ser criados critérios diferenciados de avaliação. (escalas)
- Wiki
O Wiki é uma ferramenta que possibilita a construção de um texto conjuntamente, com vários participantes, onde todos podem editar e dar contribuições. Favorece a aprendizagem colaborativa, na medida em que é obrigatoriamente realizado em grupos ou parcerias. Requer o delineamento claro e preciso da proposta de trabalho pedagógico. Pode ser utilizado para a escrita de um artigo científico, por exemplo.

- Diário
Esta ferramenta permite que o aluno construa textos de reflexão ou síntese de aprendizagem que devem ser orientadas por um tutor/professor. O estudante anota as suas reflexões, aperfeiçoando continuamente. A ferramenta é pessoal e não pode ser vista por outros alunos. O professor pode adicionar comentários de feedback e avaliações a cada anotação no Diário. Deve ser uma atividade realizada com intervalos regulares, por exemplo, semanal. A elaboração rotineira de um Diário pode ser útil para a construção de portfólio ou de projeto de pesquisa, facilitando o trabalho de orientação do professor.

- Glossário
O Glossário do Moodle é colaborativo, isto é, todos podem inserir itens. Permite aos participantes das atividades desenvolvidas no ambiente virtual criar:
• dicionários de termos relacionados com a disciplina.
• bases de dados documentais ou de arquivos.
• galerias de imagens ou links que podem ser facilmente pesquisados.

É importante que o professor acompanhe o trabalho dos alunos, fazendo comentários e enriquecendo as definições.

Vantagens da comunicação assíncrona:

• Favorece maior reflexão e pesquisa antes da postagem.
• Possibilita mais organização do conteúdo e da forma do texto a ser postado.
• Exige expressão correta e clara de idéias.
• Permite aprofundamento de idéias e conceitos.
• Facilita a prática consciente de diferentes funções cognitivas, como: observar, identificar, relacionar, comparar, analisar, inferir, sintetizar, divergir, discordar, generalizar, etc.
• Possibilita o registro do processo de construção do conhecimento.
• Possibilita uma mediação mais direcionada por parte do professor.
O sucesso de um fórum depende muito do tipo de mediação.

- Chat
O Chat permite uma comunicação escrita síncrona, em tempo real, entre professores e alunos. Pode ser útil como espaço de esclarecimento de dúvidas, ou para um bate-papo com um convidado, por exemplo. A sessão de chat pode ser agendada, com horário de início e fim. Os registros do chat ficam disponíveis para consulta posterior. Quando bem sucedido, pode ter impacto na aprendizagem.

Questões a serem consideradas antes de abrir um chat:

• Viabilidade de cumprir horário fixo entre todos;
• Número de participantes por moderador ou professor;
• Necessidade de um moderador, que selecione as questões mais importantes e facilite a organização da discussão;
• Obrigatoriedade de participação;
• Teor e profundidade do conteúdo abordado;
• Características do grupo: familiaridade com atividades on-line, disposição à comunicação e colaboração, bom entrosamento entre os participantes, entre outras.

Algumas considerações...

Em relação as interações e tipos de interações que podem ser realizadas entre os participantes de uma comunidade, Gomes (2007), coloca que no caso de um curso de EaD é necessário uma série de ferramentas que promovam a interação e a cooperação, tais como chat, fórum, listas de email, que podem ou não estar presentes em um determinado ambiente. Além disso, também são necessárias algumas ferramentas administrativas para controlar ao cesso e a frequência e para garantir que seja feita uma avaliação correta sobre o trabalho desenvolvido pelo estudante durante o curso.
Sendo assim, muitas vezes na EaD os professores e alunos encontram-se separados geograficamente, vivendo realidades diferentes. Com isso, a troca de informação entre eles se torna complicada, chegando a ser uma das principais causas de desistências de cursos, já que muitas vezes o aluno não está acostumado com o tipo de cultura tecnológica pretendida para um aluno de EaD.
Neste sentido, para facilitar o entendimento, Gomes (2007), coloca a distinção entre separar todas ferramentas que compõem um ambiente de EaD. São elas: ferramentas de cooperação e interação (fórum, lista de discussão, mural, wiki e chat); ferramentas específicas de trabalho (quadro branco, diário de bordo, portfólio, mapas conceituais); ferramentas de coordenação (estrutura, material de apoio, guia do aluno e do tutor, tutorial) e ferramentas de monitoramento (acesso, atividades realizadas, uso de ferramentas).
Dessa forma, depois de algumas fundamentações sobre os tipos de interações, em relação a pergunta que foi proposta e que orientará a discussão em se tratando de quais são as interações que podem contribuir de forma positiva e negativa na sala de aula, pelas leituras que fiz constatei que a interação professor-aluno só é positiva quando a necessidade de ambos é atendida, quando há uma cumplicidade, quando os interlocutores são parceiros de um jogo; o jogo da linguagem, do diálogo, que é algo fundamental. É casar interação com conversação e isso mesmo em um curso a distância é de extrema importância que ocorra a relação de confiança e comunicação entre professor-aluno. Já no entender de Maia e Mattar (2007, p. 9), “as novas tecnologias geram, sem dúvida, maior interação de professores e alunos, e mesmo entre os próprios alunos, possibilitando justamente a combinação da flexibilidade da interação humana com a independência no tempo e no espaço”.
E relação ao artigo sugerido para leitura, Primo (2005) coloca diversos enfoques sobre a interatividade oferecendo no artigo uma crítica aos focos que limitam o olhar, onde na sua análise interação é uma “ação entre” os participantes do encontro. Sendo assim, no enfoque transmissionista, a cadeia emissor-mensagem-canal-receptor, coloca que o emissor é agente criativo que molda a mensagem que deverá afetar o outro pólo, o receptor.
Em relação a questão colocada em discussão sobre se a interação mediada por computador pode potencializar o diálogo entre estudantes e professores, Primo (2005) coloca que por depender de um aparato tecnológico, recebe normalmente um tratamento teórico que destaca as características técnicas da máquina e das redes. Para tanto, reforça que segundo Steuer (1993) a interatividade se define como a extensão em que os usuários podem participar modificando a forma e o conteúdo do ambiente mediado em tempo real. Sendo que a interação não deve ser vista como uma característica do meio, mas como um processo desenvolvido entre os interagentes. Neste sentido, essa interatividade se diferenciaria de termos como engajamento e envolvimento, sendo uma variável direcionada pelo estímulo e determinada pela estrutura tecnológica do meio.
No meu entender, com certeza existe sim a oportunidade e a tendência de que a interação mediada por computador pode potencializar o diálogo entre estudantes e professores, pois é crescente a participação dessas ferramentas no processo ensino-aprendizagem e com o uso destas tecnologias aliadas com muita disciplina e interação os estudantes só tem a ganhar para o seu aprendizado, mas saliento que conforme Favero e Tarouco (2008) a infra-estrutura que envolve essas tecnologias funcione corretamente e que os educandos e professores/tutores conheçam como funcionam, para que assim seja possível interações eficazes entre eles.




REFERÊNCIAS

FAVERO, R. V. M.; TAROUCO, L. M. R. Comunidades virtuais: construindo o conhecimento através da interação. Revista Novas Tecnologias na Educação, CINTED-UFRGS, v. 6, n 1, p.1-11, jul, 2008.

GOMES, T. S. L. Desenvolvimento de ambientes virtuais: novo desafios. In: COLOMBO, S. S. (Coord.). Gestão educacional: uma nova visão. Porto Alegre: Artmed, 2007.

MAIA, C.; MATTAR, J. ABC da EaD. A educação a distância hoje. 1. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

PRIMO, A. Enfoques e desfoques no estudo da interação mediada por computador. 404NotFound, n. 45, 2005. Disponível em: .